O diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA) é realizado clinicamente de acordo com os critérios do DSM-V (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) que envolvem questões de interação social, comunicação e padrões repetitivos. Logo, considerando que o diagnóstico de autismo é clínico, o eletroencefalograma não detecta TEA.
No entanto, estudos recentes evidenciam que o EEG é capaz de detectar anormalidades inespecíficas nas ondas cerebrais em até 80% dos exames de portadores de TEA. A principal anormalidade detectada são paroxismos epileptiformes, que se associam à convulsão.
Atualmente, a principal função do eletroencefalograma é a investigação de doenças frequentemente associadas ao autismo – como a epilepsia, que ocorre em 30% dos casos de TEA – e exclusão de outras causas de regressão do desenvolvimento (como a Síndrome de Landau-Kleffner).
Dessa forma, o eletroencefalograma deve ser realizado, principalmente, nos casos de:
- convulsões ou suspeita delas;
- regressão do desenvolvimento neuropsicomotor (principalmente envolvendo a linguagem);
- comportamento agressivo com falha no tratamento medicamentoso.
Fontes:
Swatzyna, Ronald J.*; Tarnow, Jay D.*; Turner, Robert P.†; Roark, Alexandra J.*; MacInerney, Erin K.*; Kozlowski, Gerald P.‡. Integration of EEG Into Psychiatric Practice: A Step Toward Precision Medicine for Autism Spectrum Disorder. Journal of Clinical Neurophysiology 34(3):p 230-235, May 2017. | DOI: 10.1097/WNP.0000000000000365.
Precenzano F, Parisi L, Lanzara V, Vetri L, Operto FF, Pastorino GMG, Ruberto M, Messina G, Risoleo MC, Santoro C, Bitetti I, Marotta R. Electroencephalographic Abnormalities in Autism Spectrum Disorder: Characteristics and Therapeutic Implications. Medicina (Kaunas). 2020 Aug 19;56(9):419. doi: 10.3390/medicina56090419. PMID: 32825169; PMCID: PMC7559692.